terça-feira, 24 de agosto de 2010

outra vez...

O quanto eu quero ser feliz, o quanto esta prisão escura nao me deixa....ja experimentei a solidão e nao me magoa, ja me prendi em pessoas ou apenas em corpos despidos de uma alma como a que quero agarrar...e sempre o abandono de ambos me deixou vazia...mas por momentos so...porque cada vez mais me acho(perco) como um ser de solidão...mas suporto-o.não é que isso não me doa , mas nada me doi mais do que ver-vos a desfazerem-se aos poucos,a maltratarem-se no corpo e na alma...a serem desprezíveis um com o outro...estão a levar-me aos pedaços também...sem se aperceberem...a minha vida e os meus sorrisos apagam-se em cada um desses dias...que voces transformam em horas de sofrimento das quais so quero fugir e esquecer mas que ja sao meus sem eu querer e que me vao indesejadamente acompanhar para sempre... e talvez tenham sido esses dias que recordo sem querer desde que me lembro de mim que me gelam os sentimentos em relação às pessoas...porque assisto aqui ao quanto elas são capazes de chegar por vicio, por dores incompreendidas e recalcadas, por falta de afectos, de compreensão....tenho medo das pessoas...porque tenho medo do que cada alma me esconde , porque tenho medo até do que a minha me pode mostrar, ate do que poderei ser incapaz de transformar....e vivo assim alguns dias...trancada no medo e no sofrimento de um dia ser assim...por vos ver assim...porque?...

terça-feira, 30 de março de 2010

julgava que ja tinhas abandonado os meus sonhos...

apetece bater no inconsciente quando ele te transporta para perto, quando estas tão longe e é tão longe onde deves  permanecer...foi isso que me disseste no sonho, em forma de recomendação obrigatória: " nunca esquecer que nunca mais nos podemos aproximar demasiado"... disseste-mo tao baixinho ao ouvido, e abraçaste-me com tanto de ti, que quase fui tentada a pensar que mo disseste em forma de vinculação que pede desesperadamente por excepções...eu vi a tua lágrima, eu senti o teu abraço e vi o teu olhar...
.e depois amanheceu... um dia que tardou para começar só para me dar mais tempo de sonho....e era tão lindo, e ...eras tão esse tu em quem desacredito agora tantas vezes...e era um sonho...e eu só queria:  não  sonhar mais...*

quarta-feira, 24 de março de 2010

queria falar contigo......

Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?
Queria falar contigo,
dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?
Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.

Eugénio de Andrade

sábado, 20 de março de 2010

maybe "only fear"...

"A Instrução dos amantes" Inês Pedrosa

"... o que lhe faltou naquele instante parado no tempo foi o que sempre lhe faltaria: esse elementar instinto de defesa que disfarçamos sobre o nome de razão.Há seres assim, irremediávelmente unos, incapazes de isolar partes dentro do seu próprio corpo e de as estruturar como castelos autónomos e armados....cláudia não sabia dessa distinção, nem de distinção nenhuma.deixava correr os dias e precisava do espelho para se entender como peça solta."

"as lágrimas actuam como uma espécie de amaciador sobre os afectos ressentidos.."Inês Pedrosa

terça-feira, 16 de março de 2010

...

"Quando estou só reconheço


Se por momentos me esqueço

Que existo entre outros que são

Como eu sós, salvo que estão

Alheados desde o começo.

E se sinto quanto estou

Verdadeiramente só,

Sinto-me livre mas triste.

Vou livre para onde vou,

Mas onde vou nada existe.

Creio contudo que a vida

Devidamente entendida

É toda assim, toda assim.

Por isso passo por mim

Como por coisa esquecida..." Fernando Pessoa

just empty inside


sinto-me mais vazia em cada momento que vivo trancada em mim...os momentos em que vivo trancada são cada vez mais...não vejo o que me possa libertar desta estagnação revoltada em que se transformaram estes dias.... tanto frio...que podia confundi-lo com o que está lá fora...la ou aqui dentro ...é igual...aqui não esta ninguém...la fora tanta gente...e nao vejo ninguém...estou cansada:de viver só comigo...
"...entre muitas outras coisas, tu eras para mim uma janela através da qual podia ver as ruas.Sozinho não o podia fazer"...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Refúgio...



Se dizem que devíamos respeitar as palavras, que só deviam ser usadas
quando a alma está pronta a segurá-las com cuidado e a sentá-las de forma tranquila num chão seguro...pois eu preciso delas agora!!
Não importa se estiver a pegá-las com descuido, até mesmo se as deixar cair...preciso de construir com elas um refúgio...só meu...para poder ficar lá...só um bocadinho...lá:
onde o silêncio vai ouvir o que preciso de lhe contar para não doer mais;
onde o silêncio vai trazer a calma que assim vai cansar-se de fugir;
onde o silêncio vai prometer perdoar-me por não te trazer para aqui comigo...
Sei que também não gostas desse lugar que muitos consideram refúgio, mas que mais não é do que um abrigo físico que nos mantém desabrigados daquilo que realmente precisávamos...
A verdade é que só consigo manter pra mim...este espaço onde me consigo deixar ser...
Obrigado às palavras por não quererem ser respeitadas...elas preferem ajudar.E ajudam: a verter a alma quando ela precisa...